O homem produz e destrói sistemas, organiza tipos de governo, cria leis (embora
depois as esqueça), engendra esculturas, talha madeira, modela o barro, compõe
músicas, trabalha arduamente a palavra (Literatura). O homem é por excelência um ser criador.
Fechemos nossos olhos e imaginemos um mundo sem Arte. É o nada, o vazio,
puro niilismo. Parafraseando Descartes quando afirma: “Penso, logo existo”, “Sinto,
logo crio”. O homem precisa criar para libertar-se, para elevar-se, para perder-se e
depois encontrar-se, para retratar o que lhe vai n’alma. Mas todo artista precisa de um
público para apreciar e legitimar sua obra. Sem ele, sua existência ficaria
comprometida.
Por que precisamos da Arte? Para reinterpretar as convenções sociais nas quais
somos inseridos; precisamos da arte para escapar de uma existência opressora e fútil;
precisamos da arte porque a vida por si só é áspera e bruta; precisamos da arte, porque
não somos seres completos, acabados; pelo contrário, somos famintos por absorvermos
o novo, o belo, o diferente, o estranho; precisamos da arte, porque somos
essencialmente seres individualistas e em contato com ela, nos coletivizamos e nos
humanizamos; precisamos da arte para purificar nossas emoções, superar os nossos
medos, sermos capazes de nos sensibilizar com fatos corriqueiros.
A Arte cumpre o importante e desafiador papel de divertir, encurtar distâncias,
de causar emoção, prazer, estranhamento. Por que não a Arte? A Arte resgata e salva o
homem dele mesmo, arranca-nos do tédio e do desespero. Para que a Arte? “Para termos
o direito ao sonho e a garantia da realidade”.
