Ciro Gomes (PDT) está com a pré-campanha na rua, entre atos e entrevistas o político busca costurar alianças e garantir um nome forte ao seu lado, porém, essa tarefa tem sido bastante difícil e tem observado pouco êxito. Assim, Ciro Gomes chega ao mês de abril sem um nome forte cotado para o posto de vice, entre muitos ventilados, nenhum confirma adesão, e é possível que o pedetista seja obrigado a conviver novamente com uma chapa pura.
As tratativas seguem, isso é alardeado por figuras importantes do PDT, como o presidente Carlos Lupi. No entanto, nenhuma dessas conversas entregou um fruto realmente prático para a candidatura de Gomes, que ainda tem estado muito restrito ao seu colegiado. Em 2020, o partido do ex-ministro construiu elos importantes com o PSB, garantindo prefeituras relevantes no cenário nacional, como a de Recife-PE. Todavia, o partido de Carlos Siqueira já está praticamente acertado com o ex-presidente Lula, tendo inclusive filiado o ex-tucano Geraldo Alckmin, possível vice do petista.
Agora, os pedetistas acionaram uma linha direta com a União Brasil e com o PSD, partidos grandes e com adensamento nacional importante. Segundo levantado, Ciro vem sentando com representantes das duas legendas, a fim de encontrar um meio termo e, assim, se consolidar como o nome possível da terceira via. Essas conversas podem até prosperar, mas, para isso Gomes precisará – no mínimo – se descolar de Sérgio Moro nas pesquisas. O ex-juiz e o pedetista tem disputado a terceira colocação em todos os levantamentos recentes.
Salienta-se que esses partidos contam com ideologia um tanto rasa, e são fisiológicos de modo inegável. O união Brasil nasce da fusão do Democratas e do PSL, e o PSD, como já dito nessa coluna, vem se tornando uma legenda onipresente em todos os governos. Ou seja, nessa lógica eles seguirão ao barco daquele que se construir como mais viável, ou para aquele que lhes prometer uma melhor posição na esplanada. É claro que nenhum político cometeria o crime eleitoral de não se abrir ao diálogo com essas legendas, mas, é preciso estar atento ao nível da fatura que será cobrado, quase sempre o valor é alto. É necessário observar se é possível pagar.
Nessa linha, pondera-se que o apresentador José Luiz Datena (PSD) passou a ser o nome especulado. No entanto, ao que tudo indica, a possibilidade também já foi descartada. Datena é uma tentativa cirista de trazer um nome que acene a um eleitorado mais à direita, e identificado com algumas pautas um tanto conservadoras. Assim, Ciro tentaria tirar votos do campo bolsonarista. A dificuldade desse processo é que o próprio Datena não sabe o que quer. E na sua eterna indecisão, segue na televisão e no rádio, fazendo propaganda antecipada aos montes.
É preciso ponderar que uma chapa Ciro e Datena teria caráter de bomba relógio, os temperamentos de ambos iriam se chocar na primeira decisão conjunta. Dessa forma, o racha viria antes mesmo do dia da eleição.
Nesse meio tempo, Gomes já flertou com Marina Silva (REDE), e disse que ela teria a posição que desejasse em sua campanha. Marina foi a vice dos sonhos, e talvez uma das que mais agregaria, mas a discussão não prosperou e agora ela deve disputar um vaga na Câmara Federal. E no campo do atual, REDE e PSOL conduzem a formalização de uma federação em favor de Lula.
Ciro está buscando todos os meios para se manter vivo no jogo, para mostrar força e deixar evidente que pode ocupar um espaço ainda sem representante. Porém, para aglutinar o conjunto de votos disperso na terceira via, é fundamental uma chapa coesa e alianças de robustez, algo que ainda falta à Gomes. Ele tem um marqueteiro de milhões, João Santana, mas para que a mágica de João possa ser visível é necessário tempo de TV, recursos financeiros e uma chapa capaz de se vender. Tudo isso vem com alianças abrangentes, entretanto, apesar de tentar, Ciro Gomes tem encontrando dificuldade para fincar seu nome nesse espaço.
