Uma experiência com Jane Austen

Jane Austen é uma daquelas escritoras habilidosas que, por meio de suas personagens femininas, conseguiu retratar a sociedade inglesa do século XVIII.




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Dentre as coisas boas deste ano atípico, destaco a experiência com a obra da escritora, nascida em 16 de dezembro de 1775, Jane Austen, criadora de seis dos mais importantes romances da literatura inglesa: “Razão e Sensibilidade” (1811), “Orgulho e Preconceito” (1813), “Mansfield Park” (1814), “Emma” (1816), “A Abadia de Northanger” (1817), “Persuasão” (1818). Além disso, suas obras contam com inúmeras adaptações televisivas e cinematográficas.

Demorei a lê-la, porque acreditava que sua narrativa era “água com açúcar”: uma mulher em busca de casamento para assegurar a estabilidade financeira. A inocência de seus romances é apenas aparente. Austen é uma escritora que ironiza as regras da sociedade vigente, além disso, as experiências vivenciadas por suas personagens nos mostram os problemas sociais enfrentados pelas mulheres de seu tempo.

E pensar que Austen nunca frequentou a escola formal, já que em seu tempo, Regência britânica, ainda não havia um sistema de educação formal; não se casou, não teve filhos (decisão sua), não teve um teto todo seu e 500 libras por ano para que pudesse escrever, para lembrar Virgínia Woolf.

O que Austen tinha a seu favor? Pertencer a uma família – filha de George e Cassandra, era a sétima de oito filhos – que incentiva à aprendizagem por meio da leitora. Seu pai, pároco anglicano, tinha uma biblioteca com mais de quinhentos livros. Austen e a família eram “ávidos leitores”.

O escritor é, antes de tudo, um leitor. Quando leio Jane Austen entro em contato com um universo de mulheres delicadas, fortes e decididas que lutam por seus sonhos. Vejo uma escritora que conseguiu pintar a sociedade inglesa do século XVIII com suas normas, virtudes e vícios que lhe eram próprios.