Repercussão da pesquisa IBOPE para Juazeiro do Norte

O levantamento mostrou que o acirramento permanece. Arnon (PTB) e Glêdson (podemos) seguem empatados tecnicamente




Colunas, Paulo Junior

Foi divulgada na noite de ontem, 04, mais uma pesquisa IBOPE para a cidade de Juazeiro do Norte. Os novos números mostram movimentação dos candidatos e o acirramento da disputa entre o atual prefeito, Arnon Bezerra (PTB), e um dos líderes da oposição, Glêdson Bezerra (Podemos). Segundo os dados apontados pela empresa de pesquisa, Arnon lidera por uma pequena margem, ele teria 34% das intenções de voto, já Glêdson soma 32%.

Esse quadro coloca os dois políticos citados em claro empate técnico, situação semelhante ao contexto revelado pelo primeiro levantamento. Porém, na metade de outubro, quando foi tornada pública a primeira pesquisa, o candidato do PSDB, Nelinho Freitas, também surgia empatado tecnicamente com os dois primeiros, essa situação mudou drasticamente. Ao que tudo indica, Nelinho atingiu seu teto de crescimento e terá bastante dificuldade para ultrapassar a barreira dos 20%.

O quadro desenhado pelo IBOPE coloca a disputa como ainda bastante acirrada, entretanto, estabelece dois corredores de destaque. Arnon e Glêdson devem manter o protagonismo durante toda esta última semana de campanha, protagonismo que é ampliado pela pequena margem que separa os dois postulantes. Pois a bem da verdade é que no momento não se pode categoricamente dizer quem de fato lidera, o acentuado crescimento das duas candidaturas as coloca pé de igualdade. Todavia, ao lado da situação pesa o fato do domínio da máquina municipal, além do intenso apoio de figuras importantes da política estadual, tal qual o governador Camilo Santana (PT).

Ao lado de Glêdson o trunfo maior está no campo da rejeição, o político é o menos rechaçado entre todos os postulantes. Enquanto o atual prefeito dispõe de um índice de 32% de rejeição, Glêdson está com 20%. Esse contexto é fundamental, pois indica que, provavelmente, o candidato do Podemos terá mais facilidade para alargar os números de sua campanha, facilidade que não estará tão presente na campanha de Arnon. Pois, a partir desse momento pesará de modo mais denso o capital de rejeição.

Ana Paula Cruz (PSB) observa a desidratação de sua candidatura, a única postulante feminina notou um decréscimo de 7% em suas intenções de voto. A ex-deputada está em momento difícil, pois faltando nove dias para o fim da campanha é bastante irreal que ela consiga conduzir a uma histórica virada. Pesou na campanha de Ana Paula a ausência de uma maior estrutura de campanha, e o índice de rechaçamento da candidata, de acordo com Ibope ele é de 30%. Assim, a postulante do PSB brigou, e briga, com gigantes conhecidos da política local, por sua vez, ela tem que se apresentar a população local, dizer de suas propostas e ainda superar as tácitas e explicitas camadas sociais de machismo. Ana Paula Cruz é filha de ex-prefeito, logo, esta associação de imagem pode ter lhe prejudicado inicialmente, a ponto de ser uma das justificativas para sua elevada rejeição.

Já o nome do Psol para a terra Juazeiro do Norte também notou oscilação em seus números, Demontiuex Fernandes apareceu com somente 2%. Neste caso vale também alguns dos pontos anteriores, Demontiuex sofre com a ausência de uma estrutura firme de campanha e com uma não adesão coesa de lideranças políticas importantes em meio local. Assim, o político patina nos números e provavelmente ficará neste ponto, observando no máximo um pequeno crescimento. Porém, é muito difícil crer que ele consiga entrar em uma lógica de subida capaz de incomodar os primeiros colocados.

O político do Psol comentou os resultados, disse que a pesquisa não reflete o sentimento das ruas. Segundo ele, a campanha de rua lhe dá uma margem maior no processo de intenção de votos. Sobre contar com a segunda maior rejeição, o psolista afirmou que esse fato se deve a firmeza na oposição, ele explicou que o partido faz oposição em todos níveis do executivo, logo, seria compreensível e aceitável que se verificasse um maior nível de rechaçamento.

Glêdson (Podemos) frisou a alegria com os resultados observados, foi categórico ao dizer que sente nas ruas que os números são maiores que os revelados pelo IBOPE. O político do Podemos também fez questão de apontar a menor rejeição como trunfo, disse que seguirá com a campanha e que se prepara para vencer nas urnas em 15 de novembro.

Arnon Bezerra (PTB), em mensagem à imprensa, disse que fica entusiasmado ao notar que há ressonância e aceitação pela população dos atos de sua gestão. O postulante do PTB aliou os números da pesquisa, e sua pequena vantagem, a percepção popular de que Juazeiro do Norte está contando com um adensamento de melhorias.

Os demais candidatos, Nelinho Freitas (PSDB) e Ana Paula Cruz (PSB), ainda não comentaram publicamente o resultado da mais recente pesquisa Ibope.

Em linhas gerais, o que se vê no momento é a indefinição, a eleição está em aberto e ainda há uma semana de campanha a ser feita. No entanto, trata-se de uma semana com o mínimo de campanha presencial e corpo a corpo, devido as restrições impostas pelo TRE-CE. Esse fato naturalmente favorece quem lidera, logo, há tendência de que o pleito 2020 em Juazeiro do Norte fique, de fato, dividido entre Arnon Bezerra (PTB) e Glêdson Bezerra (Podemos). Uma divisão na qual todos votos importam, pois o jogo atual encaminha para um forte acirramento e para um vencedor com pouca margem, os dois candidatos dispõem de trunfos importantes, resta ver qual será o mais decisivo.

Importante frisar, ainda, que por mais que Nelinho pareça ter encontrado um teto, esse fato pode ser alterado, uma semana em termos políticos é muito tempo. Tempo, talvez, suficiente, para que o tucano ponha em xeque a previsão de acirramento entre os dois candidatos anteriormente citados. Tempo suficiente para que, quem sabe, se ponha em xeque o teto que o autor desse texto disse que Nelinho encontrou. São cenas a ver, mas no freme de hoje os protagonistas estão bem definidos, e é difícil que alguém lhes roube esse título.