Eu sou prolixo, na maior parte do tempo creio que me estendo demais. Quase sempre eu tenho algo a dizer, esse provavelmente seja um dos meus maiores defeitos. No entanto, neste momento me faltam palavras e sobram soluços, pois choro. As lágrimas que cobrem meu rosto têm um sabor de gratidão e saudade. O peito se aperta, e durante diversos momentos ao longo dos últimos dias eu senti como se ele fosse saltar para fora de mim.
São quase três anos em que o Foobá foi minha casa, abrigou meus textos, pensamentos, análises. Aqui tive lições que a academia não trouxe, desafios e realizações que imaginei que demoraria muito mais a alcançar. O Foobá é parte de mim, o sinto impregnado no meu corpo e em minha mente. Neste espaço fui ganhando asas e aos poucos me disseram que podia, e deveria, voar.
Aqui fui me tornando colunista, ganhando público e sentindo a felicidade que é saber-se lido. Este lugar que vive entre nuvens digitais embalou minha idealização de jornalista, me acalantou quando achei não ser possível, foi o local do desabafo, da liberdade, da resistência. Eu não seria sem o Foobá.
O meu primeiro texto entrou no ar em 19 de março de 2020, desde então algumas centenas se seguiram. E aqui, junto de colegas que não seria capaz de adjetivar, pude cobrir a pandemia, eleições municipais e presidenciais, eventos culturais, além de conduzir uma série de entrevistas que tem um lugar especial em minha memória. Aqui também nasceu a Coluna do Paulo Junior, lugar que me permite falar de modo analítico sobre o universo da política, e sem censura tudo foi falado, de aspectos locais à nacionais.
No Foobá eu consegui manter a utopia viva, no horizonte. Aqui eu consegui olhar pela janela e enxergar a rua por lentes que refletem transformação, esperança e otimismo. Aqui eu encontrei um milhão de perguntas, fiz algumas, não obtive resposta para quase nenhuma. Mas, há uma questão que sempre esteve em um lugar de não dúvida: o que move o Foobá? O que move o Foobá é o afeto, e a crença em um amanhã mais feliz, vivo e livre. O Foobá se move por um sonho de comunicação altiva. Eu sonhei, e sonho junto.
É difícil ir dos locais que te transbordam, que te enchem para além do que você achou que seria possível. Me sinto assim: transbordando. Eu transbordo o sonho Foobá, o sonho que divido com amigos que estão gravados no meu peito, inscritos na minha alma e registros em algumas das melhores memórias que tenho.
Obrigado Foobá. Obrigado por ter acreditado em mim, por ter me feito parte do profissional que sou. A caminhada de aprendizados é longa, mas, quando ela é partilhada com vocês torna-se mais leve. Ao lado de vocês eu quase não senti as pedras, porque junto com elas veio a risada de Érika ou Rayssa, o abraço de Beatriz. Veio Jimmy dizendo: a gente dá um jeito. Vieram também as conversas sempre descontraídas no barzinho de sempre.
As lágrimas ainda me banham, choro porque é bom transbordar em lembranças de felicidade. Choro porque simplesmente não consigo me segurar. Eu choro porque sei que sentirei saudades até dos mínimos detalhes. Por ora, eu digo: eu digo até breve, Foobá. Porque sei que em outros momentos ainda iremos nos encontrar. Obrigado por tudo!