Leiamos Poesia!

A nossa existência é um ato de criação poética. Poesia fascina, seduz, cria pontes e levanta questionamentos. Leiamos poesia!




Coluna Literária, Colunas

O texto poético, ontem e hoje, revela múltiplas representações, conexões e
simbologias. Carregado de subjetividade e de vários recursos estilísticos, como as
figuras de linguagem, o ritmo, a musicalidade e a sonoridade, esse tipo de texto
apresenta-se, essencialmente, em versos.
A poesia é uma festa tipográfica de palavras que alterna silêncios, produz
barulhos, instiga questionamentos, aguça a sensibilidade, expõe a subjetividade do seu
criador e leva o leitor a querer conhecê-lo. Ela tem o poder de captar, condensar e
propagar a “vida como ela é”. Ler poesia é como ir a uma festa de / com palavras. É a
única arma que o poeta dispõe para ultrapassar as pedras em seu caminho, para se
recusar a viver em um “mundo caduco”, clamar a todos que andem de “Mãos Dadas”
em prol de uma sociedade igualitária.
Distingue-se da narrativa porque não pretende contar uma história, mas antes
externalizar o interior do sujeito lírico, suas ideias, suas dores, suas angústias e seus
segredos mais íntimos. Isso não significa que o poeta não possa ‘brincar’ com os
gêneros literários. Há poesias-narrativas, como o “O Caso do Vestido”, de Carlos
Drummond de Andrade, assim como narrativas-poéticas, como “A Casa”, de Natércia
Campos de uma beleza singular.
A leitura do texto poético redimensiona nossa sensibilidade, nos proporciona
bem-estar, alivia nossas angústias, alimenta nosso tédio, amplia nossa visão de mundo,
nos leva a questionar o que somos, o que sentimos e o que queremos. A nossa existência
é um ato de criação poética.
Ademais, um estudo da Universidade de Liverpool, cujos resultados foram
antecipados pelo jornal britânico “Daily Telegraph” afirma que ler poesia é mais útil
para o cérebro que os livros de autoajuda.
O poeta T. S. Eliot dizia e, eu concordo, que a leitura é em si uma experiência de
vida. Somos feitos daquilo que vivemos e daquilo que lemos, portanto, leiamos mais
poesias!