6 super motivos para você ouvir o EP “6 Super Sad Songs”, de Jake, AGORA!

IMAGEM | CAPA DO EP Sabe quando a tristeza bate e você não sabe a qual disco recorrer? Pois bem, o mundo acaba de ganhar mais uma opção de trilha …




Coluna do Paulo Rossi

IMAGEM | CAPA DO EP

Sabe quando a tristeza bate e você não sabe a qual disco recorrer? Pois bem, o mundo acaba de ganhar mais uma opção de trilha para uma solitária sexta à noite. 6 Super Sad Songs é o primeiro EP de Jake, cantora baiana que reside em Fortaleza, Ceará. Dona de uma voz única aveludada e potente e de letras capazes de cativar até o mais chato dos cult bacaninhas, a artista parece coesa, bastante dona de si e do seu primeiro trabalho autoral.

Sendo assim, vou te listar SEIS(!) motivos para ouvir esse material AGORA:

  1. Começando com I Wish, tudo aqui funciona. O toque leve e agudo do metalofone (?) pode te lembrar canções como You and me, de Feldberg, mas em contraponto ao violão, a voz principal e as demais de Jake que ecoam criando uma atmosfera absolutamente poética, confusa e “fílmica”, há algo precioso e único. É querendo que as coisas na vida sejam mais simples que a cantora nos faz entender certa beleza no cotidiano;
  2. Com a introdução de uma entrevista de Jeff Buckley, Jake cria uma conexão com o dia-a-dia, nos convida a viajar pelo seu Universo aberto e nos apresenta a sua face apaixonada mais melancólica. Play it again, Sam é uma baladinha ao violão;
  3. Em Alone, a compositora poderosa assume para si quem é e canta sobre sair às ruas vestida como quer e sozinha, como gosta de estar. O refrão pouco mais forte e o desafinado do instrumento parecem sinalizar para uma personalidade nada convencional ou à altura de padrões chatos pré-estabelecidos;
  4. Com Lava, primeira canção em português do EP, somos levados a contemplar a poesia de Jake again. E se os versos cantam sobre clima e temperaturas, nessa música a voz de Jake ecoa limpa e vibrante ao mesmo tempo que tão seca quanto a única estação que existe no lugar onde ela mora;
  5. Massa sonora recuperada com a volta de outros instrumentos em Recito sem ser meu, Jake extrapola. Recita o conto A Festa no Mar, de Delfina Acosta, enquanto o musica e finaliza o EP de forma linda.
  6. O disco intitulado Seis super canções tristes não tem uma sexta canção. A artista mantém o porquê disso em mistério. Mas, fala sério, como não amar um trabalho desses? Pela transgressão e quebra total de sentido, este poderia ser meu sexto motivo para ouvir o disco.

Mas tenho mais considerações gerais: um compositor bastante importante dentro da Música, principalmente dentro da Educação Musical, R. Murray Schafer, defendia fortemente a ideia de paisagem sonora e a partir disso pensava sobre como nossa audição poderia melhorar se passássemos a ouvir melhor os sons à nossa volta. 6 Super Sad Songs me lembrou o teórico à medida em que não só é um disco do cotidiano, quase como uma crônica, mas também é um convite a ouvir novos sons, melodias, timbres. É na singeleza que Jake encontra não só as suas próprias respostas, mas nos convida a encontrar as nossas. Porque a razão de tudo está no hoje. No nosso olhar direcionado ao que nos cerca.

6 Super Sad Songs me lembrou ainda algo de The Cranberries, possui uma pegada vintage, um som dos anos 80/90, que faz referências a várias épocas. O EP tem uma beleza do ser. É lindo porque é, não porque poderia ser ou qualquer outra coisa. Tem uma naturalidade, uma expressão, um jeito de ser genuíno que parece gritar ao passo em que canta com tanta delicadeza.

Jake revela parte da sua infinitude num trabalho íntimo bastante claro e vívido. É um diário aberto que você pode recitar sem ser seu. Você pode se apaixonar por essa voz e charme aqui:

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